segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

VIOLENTAR A ALMA


VIOLENTAR A ALMA
  Este, recobrando a vista, respondeu: Velo os homens, porque como árvores os vejo, andando.
Evangelho de JESUS, segundo Marcos, cap. 8:24.

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Não violente a tua Alma
Com o ato do suicídio,
Pois tal trauma
Não lhe trará a calma
Tão esperada.

Você não é uma árvore.
Mas verifique que até ela
Está fincada na terra
Esperando pelo jardineiro
Para fazer o serviço derradeiro.

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Uma ele corta pela raiz
Tirando do chão todo o tronco
E jogando para um canto
Para secar.

 Vamos passando, passando, pois tudo passa / Muitas vezes me voltarei / As lembranças são trompetas de caça / Cujo som morre no vento.”

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  Guillaume Apollinaire – poeta italiano naturalizado francês (1880-1918).

Outra ele poda todo galho
Que serve de atrapalho
Nas diversas estradas.

Outra ele rega com carinho
Para que sombreie o caminho
Dos transeuntes.

  “A nossa pálida razão esconde-nos o infinito.

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 Arthur Rimbaud – poeta francês (1854-1891).

É sempre assim.
Ela é molhada pelo sereno
Queimada pelo sol inclemente,
Mas produz a necessária semente
Da continuidade.

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 Pé de Jaca

 “Quem não sabe povoar sua solidão, também não saberá ficar sozinho em meio a uma multidão.”

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  Charles Baudelaire – poeta francês (1821-1867).

domingo, 9 de dezembro de 2018

SUPOSIÇÃO


SUPOSIÇÃO
 Deus é Espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em Espírito e Verdade.
Evangelho de JESUS, segundo João, cap. 4:24.

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JESUS e a Mulher Samaritana
Obra de 

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Paolo Veronese - pintor italiano (1528-1588).

Os olhos mostram a Alma,
Mas só para quem pode ver
Além do Amanhecer...

No Hoje a Alma
Não está marcada na palma
De nenhuma mão.

 “Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já me não dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.”
 Fernando Pessoa – poeta português (1888-1935).

No Futuro
Tudo nela é obscuro,
Pois o espelho nunca mostra
O que eu procuro.

O seu Passado
Fica muito calado
Escondendo-se com cuidado
Para não ser revelado

 “Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição
De qualquer semelhança no fundo.”

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 Fernando Pessoa – poeta português (1888-1935).